Minha primeira viagem internacional sozinha
Embarque comigo nessa jornada de self discovering, onde entendi a importância de acreditar em mim e buscar sempre, absolutamente sempre, a minha liberdade.
Sté Caetano
5/8/20242 min read


Quem me acompanha nas redes sociais, sabe que majoritariamente sou uma viajante solo. Os motivos são muitos, mas um deles é simples: a falta de oportunidade. Conciliar calendário, vontade, dinheiro, destino e atrações com amigos nem sempre é fácil.
Além disso, eu amo estar na natureza — e nem sempre encontro companhia para os lugares que me atraem.
Mas vamos lá, que quero contar sobre a minha primeira viagem internacional sozinha: Praga e Budapeste.
E eu tinha acabado de ficar solteira.
Estava eu, em um daqueles momentos em que a vida nos sacode a gente, me recuperando de um acidente, e recém saída de um relacionamento de quatro anos, que desmoronou justamente durante meu período de recuperação. Tinha uma passagem comprada para Nova Iorque para encontrá-lo. Não me entendam mal, eu amo NY, mas já fui inúmeras vezes, já morei lá, e esse seria o meu último destino no momento, tendo em vista que o motivo era visitar ele.
Até então, eu só havia viajado sozinha pelo Brasil, mas no exterior apenas com ele. Aí sabe quando dá aquele medinho? “E se eu não souber me comunicar bem em outra língua”, “e se eu ficar sozinha o tempo todo?”, ou pior: “vou conseguir montar essa logística?”.
Ultrapassados os questionamentos iniciais, que são determinantes para que você siga ou desista do que quer na vida, procurei passagens aéreas no buscador não pelo destino, mas pelo preço. Budapeste me escolheu. E juntei Praga no pacote. Comprei.
Resolvi pela primeira vez na vida, me hospedar em um hostel. E eu estava pronta para me permitir.
Então, me permitindo, fiz uma escolha dentro da zona de conforto: quarto feminino. E outra totalmente fora: quarto misto.
Chegou a hora, peguei minha malinha carry-on, juntei umas poucas roupas e parti para a Europa, em pleno inverno, ainda em recuperação do meu acidente.
Cheguei em Budapeste e lembro que no primeiro dia andei 21 km sozinha. Isso mesmo. Sem rumo certo, guiada pelo GPS e pela curiosidade. E claro, eu obviamente estava com medo dessa palavra/sentimento: “sozinha”.
Foi nessa viagem que comecei a me conectar com o sentido de uma palavra prima: solitude. Estar andando pelas ruas de Budapeste SOZINHA, me fez tão feliz e livre que eu nem imaginava.
Comecei a explorar a cidade dia a dia, conhecendo pessoas e fazendo amizades. Me permiti provar o que estava à mesa: se tinha uma festa, eu fui. Se tinha companhia para os passeios, eu ia. Se era sozinha, também.
Foi interessante me perceber fora de um relacionamento, mas também fora de amarras que eu havia colocado: eu era capaz sim de me virar ali. E mais ousada ainda, fui capaz de me divertir também.
Lembro dos passeios, dos amigos, das paqueras nos bazinhos, de voltar para casa às 05 da manhã dos inesquecíveis “Ruin Bar”, traduzidos para “bares em ruína” – quem me conhece sabe que festa não é nem minha praia.
Aquela viagem me mostrou que meu relacionamento não definia meu futuro, minha felicidade ou capacidade de me virar em qualquer lugar do mundo. Acima de tudo, me mostrou como é bom ser livre. Às vezes ser livre não é nem o ato em si, mas deixar para trás as amarras que montam nossas gaiolas.
O primeiro passo foi dado ali. Em 2018. Depois vieram mais 40 países e vários gritos, saltos, encontros com a liberdade que se Deus me permitir, nunca mais me abandonará.